segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

GOOGLE-A BIOGRAFIA



Recebi, no Natal de 2013, de meu primogênito Ivanio Jr, o livro “GOOGLE –A BIOGRAFIA’, de Steven Levy. Júnior gosta de me dar livros. Já tenho uma coleção que ainda não li. Mas, este do Google, resolvi lê-lo, apesar das 460 páginas, de tamanho 15 X 23, bem cheias, pois fiquei curioso para compará-lo ao de Steve Jobs o fundador da Apple.  Dessas leituras aprendi muitas coisas novas e sobretudo admirar a inteligência dos dois jovens criadores do Google,Larry Page e Sergey Brim. Eles tiveram sua formação em escola montessoriana. Nunca tinha ouvido falar em método montessoriano de educação e olha que tenho acompanhado, nessa minha vida, e educação brasileira. Li sobre Piaget, Vigotsky, teoria do construtivismo, Paulo Freira (Ah! Paulo Freire, tenho que dar o meu “pitaco” sobre ele, oportunamente), mas não encontrei referência, nessas minhas leituras, embora leigas.
Então fui pesquisar um pouco sobre esse método montessoriano. E foi no Google mesmo que encontrei as respostas 
Quem tiver curiosidade pode começar em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_Montessori

A impressão final que tive dessa leitura é que se o Google for à falência, o mundo também vai!

E que aumentei mais o meu campo de ignorância! Aliás quanto mais leio, mais este campo aumenta!

Para que tenham idéia do que o Google faz conosco aí vai um trecho da página 419:

“Um pouco de compreensão sobre como os cookies funcionam nas redes de publicidade é necessário para se apreciar a questão. Quando um usuário visita um site que contém um anúncio de uma rede como a DoubleClick, o navegador automaticamente “joga” um cookie no disco rígido do computador do indivíduo. A informação permite que o site reconheça se o visitante já esteve lá antes e, assim, determine quais anúncios podem lhe ser interessantes, além de quais anúncios já foram exibidos para aquele usuário. Além disso, toda vez que alguém volta a visitar um site com anúncios, a visita fica gravada em um arquivo único com todas as informações do usuário. Com o tempo, o arquivo se desenvolve em um log enorme que oferece um perfil totalmente claro dos interesses do indivíduo...”

U F A ! Os “caras” são demais!
 Até aprendi um pouco mais sobre Anne Frank, p.373, acompanhem em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anne_Frank

Ah! Importante a filosofia do Google : “Don’t Be Evil”, é algo de se pensar introduzir em nossas vidas!

Do alto do meu anonimato quero agradecer aos fundadores do Google Larry Page e Sergey Brim pelo que estão fazendo de bom ao mundo!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

MINHA HOMENAGEM SINGELA AOS NEGROS

PORTA DE GORÉE

Disse-nos Castro Alves sofrida e inspiradamente em seu poema “O Navio Negreiro”:

“...Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é mentira...se é verdade
Tanto horror perante os céus?
...”

Kofi estava sentado à beira do desfiladeiro, sobre rocha granítica. Balançava seus pés e seus braços apoiavam-se na rocha, o vento lhe roçava a fronte. Não tinha nada e por isso nada tinha a cuidar. Contemplava o abismo a sua frente, lá embaixo o rio parecia um córrego. Pequenos pássaros, com seus cantos silvestres, quebravam a monotonia do silêncio. As  decisões de Kofi, nos últimos tempos, tinham sido desastrosas. Falira, sua empresa se fora como água pelo ralo. Afastara-se das pessoas, num ostracismo consciente. Não tinha mais ânimo, não queria mais viver, por isso estava, agora, ali. No turbilhão dos seus pensamentos, aflorou, entre outros, o que havia visto em Gorée, a ilha símbolo da escravidão africana. E nela a prisão onde eram trancafiados os negros que seriam exportados da África para o mundo. Lá havia, e há ainda como espada viva, a “porta da viagem sem retorno”. Era por onde passavam os negros escravos, dos porões dessa prisão para os navios negreiros que os levariam para além mar, às terras onde seriam escravizados. Kofi sentia a dor do negro que partia. Atrás da porta deixava sua vida, sua liberdade, suas crenças, sua tribo, seus amigos e parentes, sua terra. Após a porta, bem não sabia, o negro, o que realmente o aguardava, a não ser a certeza de sua escravidão. Fome, chagas pelo corpo, dor na alma. Kofi, tinha uma forte dor na alma. Nunca soube lidar bem com sua cor negra. Na faculdade, poucos amigos tinha, um ou outro, era mais chegado. Brilhante aluno, admirado pelos professores, mas sempre casmurro. Formado, trabalhou em algumas empresas, mas não se adaptava às regras e horários. Por fim, montou sua empresa de exportação de calçados e prosperou. Quis conquistar a África, pois sabia ter lá potenciais consumidores, mas sobretudo retornar para resgatar não sabia bem o quê talvez, aniquilar a nostalgia de seu espírito. Mas, não deu certo, perdeu a empresa para os sócios que se aproveitaram de sua inexperiência. A porta de Gorée, para Kofi, agora, era aquele precipício a sua frente, mas com uma diferença, ele sabia o que lhe esperava após transpô-la: a liberdade! Olhou para o céu e viu um enorme gavião planando ao sabor do vento. Subia e descia em longos círculos. Pensou: “É esta liberdade que eu quero!”. Levantou-se, recuou alguns passos e jogou-se no precipício, ao mesmo tempo que ouvia uma voz feminina a gritar desesperadamente por seu nome. Kofi, num relance, pode ver aquela que sempre amara, mas não tinha tido a coragem de confessar o seu profundo amor. “ Mas, como poderia se ela era loira?” Fechou os olhos, apertou as pálpebras e esperou. Ouviu pela última vez a voz amada repetir o seu nome em eco desesperador pelas paredes do abismo. Ainda teve tempo de pensar em algumas coisas e figuras humanas negras, vultos grandiosos iam desfilando celeremente nos seus pensamentos: Mandela, Marther Luther King, Joaquim Barbosa, Kofi Annan, seu pai.
Não pensou mais!
Libertou-se, como desejava!
Um grito estridente do gavião voador ecoou pelos penhascos.
Ela, horrorizada, na beira do abismo, viu o corpo de sue amado cair velozmente e diminuir de tamanho desaparecendo nas águas do rio.