terça-feira, 22 de novembro de 2011

Encruzilhada

Reflexões para quem escolhe um caminho numa encruzilhada.

Você me ajuda?

Preciso de você agora, você me ajuda?
E a mão esticada, o olhar suplicante
A espera do que não vem, do que não damos
O vazio, o desespero da solidão
A incompreensão, a indiferença, o gelo do silêncio
Morre o amor, a fraternidade, segue a vida
Tão juntos, mas tão distantes
Soluço de apenas lágrimas, o tremor do frio
Você me ajuda? Súplica vã do olhar perdido
Tremula voz do pedinte que vaga
Se perde no mar da indiferença humana...
Quantas vezes ouvimos, “Você me ajuda?”
De um olhar, de um abraço, de um soluçar
De uma dor, de um sorriso, de uma flor alcançada
Do tiritar de frio, de uma dificuldade,
De um medo de pedir.
E, no entanto seguimos sem alcançar
O sorriso necessário, o abraço amigo
O pão que alimenta, a palavra que afaga.
E seguimos mais vazios do que nunca...
Você me ajuda?

Talvez, esses versos que para minha reflexão escrevi, tenham me proporcionado esta oportunidade de chegar até onde estás. Muitas vezes, ao longo de minha vida, encontrei-me em encruzilhadas como essa que, no momento, se apresenta para ti. A súplica “Você me ajuda?”, muitas vezes, não sai, pelas razões que a poesia acima ressalta, ou por outras que não sabemos bem definir. Onde encontrei definitivamente auxílio? Olhei ao meu redor, procurei respostas, julguei os outros, até que exausto, olhei para mim mesmo. E aí, descobri, estava a resposta. Eu, e só eu, era o responsável pelo que estava acontecendo. Esta é a realidade da qual muitas vezes fugimos, mas que quando entendida, serve de base para a virada. A coisa passa a ser simples, porque eu não dependo de ninguém a partir desse momento. E os outros? Bem os outros ficam ou se vão, não somos donos do destino deles, devemos compreender isso também. Sentimos sua partida, seja na morte, seja na vida. Derramamos lágrimas, mas essas são regeneradoras. Nas encruzilhadas da vida temos de escolher uma estrada. Como seria a outra? Bem, jamais saberemos, e por isso temos que nos permitir viver intensamente a estrada que escolhemos. Espinhos, flores, pedras, oásis, e muito mais encontraremos, mas existe um consolo e uma realidade: “Fui eu quem escolhi esta estrada!”

Um fraternal abraço,
Ivanio.