terça-feira, 4 de agosto de 2015

SALIM


Julho/2015.
Andando pelas ruas do Rio de Janeiro parei para observar as esculturas expostas sobre a calçada: máscaras africanas, figuras de animais africanos entre outras. Então meus olhos concentraram-se no escultor, um negro simpático, de canelas muito finas e sorriso fácil. Salim, seu nome. Esculturava, em madeira, um elefante. De onde és Salim?, perguntei. Sou do Senegal. Perguntei o preço de uma girafa entalhada em madeira que Helenita, minha esposa estava interessada. R$ 80,00, respondeu ele. Dei-lhe R$ 100,00 e ele me devolveu R$ 70,00, Então, lhe perguntei novamente quanto custava a girafa e ele confirmou os R$ 80,00. Devolvi-lhe os R$ 50,00 a mais que me estava dando. Ele, com um sorriso e um certo olhar, me agradeceu. Pedi que tirasse uma foto comigo o que concordou. Nesse encontro passei no teste de honestidade, mas mais do que isso fiquei imaginando a coragem daquele homem, em terra estranha a ganhar a vida com sua arte, muito humilde, mas repleta de recordações de sua África. Era magro e vestia uma roupa típica de sua cultura, como se vê na foto. Pensei se sua magreza era de subnutrição ou se assim era sua constituição física. Não fiquei sabendo.
O Salim faz um Rio de Janeiro mais belo e peculiar e tornou minha estada mais humana, pois consegui interagir com o pulsar dessa magnífica cidade.