segunda-feira, 17 de março de 2014

Minhas lembranças sobre "BONDES"

O "Bonde", transporte de pessoas que circulava do centro aos bairros de Porto Alegre, traz-me belas recordações de um tempo social que não volta mais! Era aconchegante, era idílico! Aproveitei na infância e na adolescência Eis algumas recordações interessantes, algumas folclóricas outras reais.
O "Bonde" funcionava à eletricidade e corria sobre trilhos metálicos.  

- Um bêbado, lá por uma da madrugada, onde os bondes já eram escassos, estava no antigo “Abrigo” de bondes, junto à Praça XV, esperando o bonde “Independência” (os bondes eram identificados pelo seu destino-os bairros de Porto Alegre e todos passavam por este abrigo, no centro da cidade). Estava, então, esse incógnito bêbado esperando o seu bonde, mas só passava bonde com destino ao bairro Glória. Lá pelas tantas, lascou ele, em alto e bom som, com sua voz roufenha e língua meio enrolada:
“Chega de Glória eu quero Independência”!

-      Quem entrasse num bonde veria o anúncio:
"Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem a seu lado; no entanto acredite, quase   morreu de bronquite; salvou-o o Rhum Creosodato"

- Coisa interessante de se ver era o cobrador com uma das mãos cheia de moedas e notas, percorrendo o corredor lotado do bonde, cobrando, fazendo troco, e com a outra mão marcando com uma alavanca aérea o total cobrado. Tinha que ser um gênio na matemática!

- Nesse tempo, também se via, as pessoas mais jovens cedendo lugar para os mais idosos e os homens às senhoras.

- Era interessante de se observar que ao chegar no fim da linha (onde os trilhos terminavam) o motorneiro (assim se chamava o condutor do bonde), pegava uma ou duas ferramentas e ia para a outra ponta do bonde e o conduzia daí (Acho que os ingleses aplicaram o princípio da minhoca para inventar o bonde). O bonde, como a minhoca, tinha duas frentes.

- O bonde “Gaiola”, que possuía menos rodas do que os outros,  balançava muito sobre os trilhos.

- Uma frase que me lembro, dita com frequência, pelo motorneiro; “Mais um passinho, faz favor, há lugar no fundo do corredor”

Essa Internet é mesmo fantástica, veja o que encontrei, entre outras coisas:

http://memoriacarris.blogspot.com.br/2013/08/a-ultima-viagem-do-bonde-gaiola.html