terça-feira, 29 de outubro de 2013

MEU PRIMEIRO COMPUTADOR E CHAMAMENTO AOS JOVENS!





Escrevo pelo prazer de dar o meu próprio testemunho de como fui iniciado na era dos microcomputadores pessoais.. A minha iniciação se deu por pura curiosidade e visão do que estava por chegar no mundo tecnológico e eu precisava ir me atualizando, embora, na época, em curso de minha vida profissional, não se utilizasse o computador para trabalho.
Lá pelos idos de 1983 foi lançado o primeiro computador pessoal  pela Microdigital Eletrônica Ltda, o “TK 85 Personal Computer”. As fotos abaixo mostram o meu TK 85, o seu manual de operação e o livro de programação Basic no qual complementei meus estudos sobre esta acessível linguagem de programação.

Manual do TK 85


Vista  posterior do TK 85

Vista frontal do TK 85
Livro de Programação Basic



O Manual “TK 85-Programação BASIC” que acompanhava o micro na sua introdução dizia:
“Prezado usuário: Parabéns pela ótima escolha. Ao adquirir o TK 85 você recebeu o computador pessoal que está revolucionando o mercado nacional, tanto pela sua  capacidade operativa, como pelo seu reduzido tamanho e custo. Este manual lhe auxiliará a compreender o funcionamento do seu computador e como obter o máximo proveito da sua capacidade. Apesar dos cuidados tomados na elaboração deste manual, é possível que tenha ocorrido algum erro, assim sendo, solicitamos a gentileza de nos comunicar se algum foi encontrado. MICRODIGITAL ELETRÔNICA LTDA.”
Para colocar em operação esta beleza de máquina era necessário além de estudar a programação BASIC que constituía o software de funcionamento, ter equipamentos adicionais, os hoje chamados periféricos, como um gravador cassete, fitas e um televisor que funcionava como monitor., além, lógico a fonte de alimentação e cabos. O “barato” era encontrar o “ruído” (zumbido) certinho para que o micro entendesse o que estava gravado na fita cassete quando se fazia rodar no gravador. Era necessário gravar tudo em fita cassete, pois ao desligar-se o micro perdia-se todo o trabalho. A fita cassete era a memória do computador.
Era necessário estudar a fundo a linguagem BASIC. O livro, do qual me utilizei para aprofundar a compreensão dessa linguagem foi “BASIC PARA MICROS PESSOAIS” de Jorge da Cunha Pereira Filho. Dizia ele na apresentação:
“Criada em 1960, por John G. Kemeny e Thomas E. Kurtz, professores do Dartmouth College, Hanover, New Hampshire, EUA, inspirados na linguagem FORTRAN, com o objetivo de facilitar o aprendizado de programação de computadores e execução de cálculos matemáticos, conversacionalmente, a linguagem BASIC, decorridas pouco mais de duas décadas, apresenta-se como a mais popular e utilizada em todo o mundo”.....
Vejam de 1960 até 1983 quando foi lançado o TK 85 passaram-se 23 anos. Assim era naquelas décadas, alguma tecnologia descoberta e posta em uso nos EUA chegava ao Brasil mais ou menos dez anos depois.. Compare-se com os dias de hoje!
Bem, não vou dar detalhes de toda essa tecnologia que usava na época o que vocês poderão encontrar rapidamente no GOOGLE, inclusive fotos, manual do TK 85 e outras informações. Está tudo lá. O que quero ressaltar, e deixar como legado, principalmente para os jovens, é a busca do aperfeiçoamento constante, a força de vontade em aprender, a atenção voltada para as novas tecnologias. Mas, principalmente a obstinação, o empenho pessoal sem que exista alguém cobrando, alguém forçando a sua barra para estudar. “Queimar” sábados, domingos, feriados, muitas noites para estudar e, isto, sem saber muito, no caso dos microprocessadores em questão, onde iria me levar e para que serviria esse estudo. Só sabia que tinha que aprender aquilo. Entusiasmava meus filhos a brincarem usando o micro através de joguinhos, sendo o mais usado o TK-MAN, e o “come-come”. Era o vídeo game da época. Tenho certeza que isso “quebrou” neles o medo dessas máquinas. Uma ocasião levei toda a parafernália para a aula de resistência dos materiais, em curso secundário. Foi, realmente, um show, nenhum aluno conhecia. E assim fui desbravando essa floresta, na época, muito densa.
Guardo, com muito carinho, até hoje o meu TK 85, o seu manual, e o livrinho de BASIC, são minhas relíquias (Ver fotos acima). Quem cultua suas relíquias sabe o valor que elas têm! A história delas ligadas a sua vida  quase sempre confunde-se com a história da sua própria vida. Quando olho para o meu TK 85 e ponho minha mão sobre ele, acaricio toda a minha história ligada a ele e sou grato a mim mesmo, ao jovem daquela época, que não mediu esforços para iniciar-se no uso de uma nova tecnologia que estava chegando. Tive outros computadores, inclusive este no qual escrevo, aperfeiçoei-me mais ainda no uso dessas máquinas, principalmente depois do advento das interfaces modernas, como o Windows, que veio facilitar a vida do usuário, dispensando o uso dos famigerados comandos DOS.
Não tive a felicidade de usar o computador quando cursei a Faculdade. Lá, nessa época, usava-se a “Régua de Cálculo’ e com ela a exigência dos professores de se calcular, pelo menos até a segunda casa decimal. Que loucura! Sem dúvida, o estudante daquela época , esse sim, era um herói. Na vida profissional, muito pouco usei o computador. Escrever um relatório, só na máquina de escrever.
Quanta facilidade, hoje em dia, para se estudar, pesquisar, aprender!
Está tudo aí! E, no entanto, o que se vê? Grande maioria dos jovens desperdiçando o seu tempo nos “facebooks” da vida, nos vídeo games cada vez mais interativos, em sites de pornografia, em assuntos fúteis, em reprodução de frases feitas, muitas das quais não são usadas em proveito próprio.
É como se o jovem estivesse debaixo de um temporal, sem saber o que fazer. A chuva sobre sua cabeça, ele se molhando, porque todo mundo está se molhando também, não reage, apenas participa.
Jovem, você deve reagir a esse estado de coisas. A uma escola ultrapassada, com professores fugindo das suas responsabilidades diante dos novos tempos, apegados ao passado, como mexilhões nas pedras, muitas vezes sucateando laboratórios de informática por completa incompetência, impedindo os alunos de usufruir deles. Professores também abandonados a sua própria sorte diante do caos implantado por novas concepções errôneas sobre educação, transformando princípios salutares em meras pedras no caminho. É você jovem que deve construir a sua própria história, superando as dificuldades, procurando soluções, desbravando caminhos. Contestar, perguntar porque, exigir pais atentos, professores atualizados, exigir o uso da informática nas escolas, e fazer bom uso dela, quando estiver só. Buscar desenvolver a sua espiritualidade, mesmo que muitas pessoas ao seu redor lhe digam que Deus não existe, que na escola não se deve ensinar Moral, Filosofia e espiritualidade. Marche sozinho se for preciso em busca do seu ideal! A sua consciência lhe dirá o que é certo! Mas, informe-se, estude, pense, compare, não se deixe tentar por facilidades a princípio promissoras. Quando tiver dúvida, aguarde, o melhor aparecerá.
Siga em frente, apesar dos percalços!
Ninguém é perfeito, mas ninguém irá te condenar por querer o melhor, por estudar, por buscar caminhos diferentes, por amar, por transformar-se numa pessoa melhor, por compreender os outros, por auxiliar os outros, por mudar sempre que necessário, não servir de pedra no caminho daqueles que querem progredir e te convidam para ir junto.
Amanhã, quando estiveres no mundo do trabalho, não te deixes corromper. Não corrompa os outros.
Existe algo além, muito além, que te espera por uma vida melhor!

IFH outubro/2013.


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

ESTUDO SOBRE PÃES

É isso mesmo, não estranhem! De fato tenho um certo gosto por culinária, talvez porque seja Químico. Descobrir receitas ou fórmulas de fazer misturas. Em tecnologia da borracha, muito fiz fórmulas para produtos, como solas da sapato, tapetes para carro, câmaras de ar, pneus, etc, etc,etc... Pois, um dia desses fui fazer um Pão Integral numa dessas máquinas de fazer pão elétrica. Usei a receita e as especificações contidas no manual e não conseguia um bom resultado. O pão crescia e depois, no final do ciclo, o danado "murchava" Várias tentativas e nada. Bem, pensei, tenho que estudar e me a
profundar nos "quimismos" da confecção de pães. Fui para o tio "Google". O professor é incrível. .Primeiro consultei sites que davam dicas e receitas sobre pão integral, mas todos os interessados se queixavam do mesmo problema de "murchar" o pão no final.Aprofundei as pesquisas e  encontrei muitas informações e novidades. Está tudo lá para os interessados: tipos de farinhas e suas propriedades, quimismo do pão e outras dicas importantes.
Com essas informações e com o conhecimento que tenho sobre vulcanização da borracha e agentes de expansão que são usados para artigos porosos, estabeleci uma similaridade entre fazer artigos de borracha e fazer pão. E, não é que deu certo! Fiz uma receita de teste para pão integral e estabeleci parâmetros para o processo. Depois de umas 5 ou 6 provas, lá estava o pão perfeito sem "murchar". Bingo! Viva a Química! Abreviei, talvez, muitos anos de padaria! Aperfeiçoei a receita com vários tipos de farinha e outros ingredientes e hoje tenho um pão integral altamente nutritivo e mais barato do que os comprados no supermercado, e, talvez, melhor! Me diverti bastante! Ah, todos os pães das provas, apesar de "murchos", nós os comemos. A foto acima é do pão que fiz hoje. Vocês podem observar alguns sinais de depressão em cima, isto é devido à qualidade variável do fermento, um dos fatores que provoca o aspecto de "murcho". Infelizmente, como em quase todos os produtos fabricados no Brasil, a qualidade não é constante, ainda mais matéria prima para a confecção de produtos alimentícios que sofrem um longo processo de armazenamento até que o consumidor os use.Já fiz pão bem arredondado em cima.Agora umas dicas para quem quiser acertar o seu pão integral: use sempre ciclo 2 na máquina (tenho a bellopane), tamanho médio e, a dica principal, tonalidade escura; a quantidade de fermento você deve acertar em provas, eu uso uma colher de chá (medida oferecida junto com a máquina), se quiser um pouco mais crescido use uma colher e um quarto, não mais. Outra dica boa é dissolver o sal e o açúcar em água morna (amorne a água que você vai usar na receita e dissolva nela). Quer mais dicas? Escreva para o meu email:  oynavy@gmail.com
É de graça!

sábado, 19 de outubro de 2013

VINÍCIUS - 100 ANOS!

As estrelas também  partem  –Vinícius - 100 anos!

Vinícius de Moraes
Nascimento: 19 de outubro de 1913, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Falecimento: 9 de julho de 1980, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

O “Amor” de Vinícius de Morais (1913-1980), poeta carioca: “Amo-te, de um calmo amor prestante,/E te amo além, presente na saudade./Amo-te, enfim, com grande liberdade/Dentro da eternidade e a cada instante.”

Apoiado na borda do terraço, olhava as luzes infindas dos arranha-céus que se perdem no horizonte. No céu, como a competir com as luzes terrestres, as estrelas me olhavam cintilantes, intrigadas, talvez, com meus pensamentos. Respondi para elas: é noite de Vinícius, 100 anos faria  o mestre das palavras poéticas;  juntava-as tão docemente relatando amores, dores, acalantos, eternos suspiros. Sobre filhos, também, falava, dizendo que “se não os temos como sabê-los.” Soube falar do seu pai, na dor ao perdê-lo, tão intensamente que nos colocou como seus irmãos do sofrimento. Pensou em quem lhe mandaria flores quando morresse, preocupação do homem que se sente só, numa vida rodeada de amigos. Mas, houve um tempo, bebia, bebia compulsoriamente, talvez para liberar a alma da grossa matéria , talvez, para afogar o diplomata e liberar o poeta. Vinícius falou da mulher e da garota num tributo às musas de todos os homens. Pediu perdão a Deus para todos os menos favorecidos e , por fim, a si mesmo, num gesto profundo de humildade e compreensão da vida.
Vinícius transcende às palavras que se possam dizer sobre ele, talvez, para falar dele só ele mesmo, pois integrou o branco ao negro, o negro ao branco, a poesia à música, a música ao povo. Renovou-se a cada amor, a cada amigo, e foi da bossa nova ao afro-samba. Todo esse manancial nos legou.
Pena, as luzes se apagaram, estrelas se foram, também...

IFH-19/10/2013