quinta-feira, 3 de novembro de 2022

ANNO DOMINI 2022

 Ah , meu blog querido, quanto tempo! Dias atrozes me impediram de estar aqui. Mas farei força para ser mais periódico com você e os amigos que me leem vez por outra. Hoje retorno, não com muito boas notícias, mas necessárias para construir minha história. Vejamos:

Anno Domini, 2022.

Estou com 82 anos e três meses e vivenciando eventos que considero normais para uma humanidade em evolução nesta Terra de regeneração, todavia, claro surpreendentes. Chegamos ao fim de uma pandemia o Covid 19 que levou para outra dimensão centena de milhares de homens e mulheres e da qual me livrei, bem como todos os familiares, com exceção do marido de uma prima irmã minha. O Covid me visitou, mas muito fraco, apesar que eu atribuo a ele minha perda parcial da audição do ouvido direito. Iniciei esse famigerado ano (e depois explico por que considero famigerado) no hospital, fruto de uma bactéria hospitalar que me pegou ao fazer uma cirurgia simples de hérnia inguinal. Quase bati as botas, estive na UTI por oito dias! Considero 2022 famigerado por que vivenciei  acontecimentos fora da curva:  primeiro a eleição para presidente da república de um ex-presidiário, condenado em três instancias jurídicas e absolvido por uma “canetada” de um Juiz do Supremo Tribunal Federal, sob os olhos complacentes do Senado Federal, quem de direito deveria ter coibido tal ação – esse evento ainda será narrado pelos historiadores, no devido tempo; segundo, o rompimento de relações com o meu primogênito por divergências, não ideológicas, nem religiosas, pois criei os meus dois filhos com plena liberdade de escolha, embora lhes tenha ensinado as principais virtudes do caráter de um homem, entre eles o respeito aos outros e, principalmente aos pais e mais velhos. Levando em conta esses ensinamentos, enviava via WhatsApp para ele alguns folders ou vídeos esclarecendo qual o melhor caminho para as eleições, mesmo sabedor que ele era simpatizante do partido dos trabalhadores. Pois, ele teve petulância de solicitar a seu pai que não lhe enviasse para o seu WhatsApp esse tipo de conteúdo. Retruquei dizendo que respeitava suas convicções, mas que não admitia que ele votasse num ladrão e corrupto, que não foram esses valores que lhe tinha ensinado. Sua resposta, ao invés de conciliadora, foi a de impropérios contra o outro candidato ao qual eu preferia. Não havia, no momento, outra decisão a não ser bloquear o e-mail dele e foi o que fiz. Pois, ainda vivi o suficiente para presenciar acontecimentos tão estranhos e imprevisíveis e que me afetariam tão proximamente. Com certeza, a compreensão que me passa a minha filosofia de vida, me faz aceitar serenamente esses acontecimentos, significa que eu sou merecedor deles e servirão para o meu aprimoramento. Somos todos irmãos e Deus nos dá as mesmas oportunidades de evolução, uns andam mais rápidos outros mais lentos e, acho que me encontro entre os últimos, pois estou nessa dimensão ainda. Algumas tarefas inconclusas, por certo, necessitam desse adicional de tempo que me é dado. Hoje ouvi algo interessante: existem muitos dias a serem vividos, mas só um para morrer! Vou aproveitar bem os que me restam, principalmente para perdoar. Sentimento extremamente difícil de concretizar, pois o orgulho, a prepotência, a ira são atrozes adversários.

Do alto desses meus 82 anos que me dão muita experiência de vida eu vejo que a sociedade brasileira tem muito a evoluir para aceitar serenamente o contraditório. Os homens que lideram o país têm pouca habilidade para compreender o seu papel. Criaram uma Constituição, mas não a respeitam e, principalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal – a história demonstrará. A sociedade está numa perigosa encruzilhada: se divide entre um regime socialista, que não deu certo em lugar nenhum do mundo relativo às liberdades e um regime que está engatinhando entre a extrema direita e o centro. O primeiro deturpado, aqui no Brasil, mais ainda pela corrupção, causa da grande maioria dos males sociais. Quem conhece a história do Brasil pode traçar um paralelo com outros importantes e trágicos acontecimentos envolvendo o mandatário do país. Os perdedores dificilmente se conformam com a derrota e ficam atazanando o eleito no período do seu governo. Lembram Getúlio, que se suicidou, lembram Jânio Quadros que renunciou? Ainda estamos vivendo essa incompreensão na nossa própria pele, vejam o que fizeram com o Bolsonaro, deram-lhe uma facada quase mortal e depois o sistema o encurralou a ponto de não conseguir se reeleger, e quase não governar. Essa é a mentalidade torpe de brasileiros que colocam o poder e por consequência seus ganhos pessoais acima dos valores pátrios. E o que é pior interferem na educação dos jovens e crianças tornando as escolas um antro de ensinamento de ideologias, antes de um ensino de conteúdos, sob o argumento falso de que a escola tem de educar ao invés de ensinar. Educação é com os pais e assim mesmo ocorrem cisões ao invés de convergências, como no meu caso.

Temos muito que aprender. É preciso gerar conhecimento. É preciso constante vigília e muita atenção nos sinais para que se possa, em conjunto, principalmente, na família, bem maior da sociedade, construir valores perenes para o bem. Quem não quiser seguir por esse caminho do bem, que siga sua estrada, haverá outras chances, se não nesta, em outras vidas.

Por hoje e só pessoal!