sábado, 19 de outubro de 2013

VINÍCIUS - 100 ANOS!

As estrelas também  partem  –Vinícius - 100 anos!

Vinícius de Moraes
Nascimento: 19 de outubro de 1913, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Falecimento: 9 de julho de 1980, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro

O “Amor” de Vinícius de Morais (1913-1980), poeta carioca: “Amo-te, de um calmo amor prestante,/E te amo além, presente na saudade./Amo-te, enfim, com grande liberdade/Dentro da eternidade e a cada instante.”

Apoiado na borda do terraço, olhava as luzes infindas dos arranha-céus que se perdem no horizonte. No céu, como a competir com as luzes terrestres, as estrelas me olhavam cintilantes, intrigadas, talvez, com meus pensamentos. Respondi para elas: é noite de Vinícius, 100 anos faria  o mestre das palavras poéticas;  juntava-as tão docemente relatando amores, dores, acalantos, eternos suspiros. Sobre filhos, também, falava, dizendo que “se não os temos como sabê-los.” Soube falar do seu pai, na dor ao perdê-lo, tão intensamente que nos colocou como seus irmãos do sofrimento. Pensou em quem lhe mandaria flores quando morresse, preocupação do homem que se sente só, numa vida rodeada de amigos. Mas, houve um tempo, bebia, bebia compulsoriamente, talvez para liberar a alma da grossa matéria , talvez, para afogar o diplomata e liberar o poeta. Vinícius falou da mulher e da garota num tributo às musas de todos os homens. Pediu perdão a Deus para todos os menos favorecidos e , por fim, a si mesmo, num gesto profundo de humildade e compreensão da vida.
Vinícius transcende às palavras que se possam dizer sobre ele, talvez, para falar dele só ele mesmo, pois integrou o branco ao negro, o negro ao branco, a poesia à música, a música ao povo. Renovou-se a cada amor, a cada amigo, e foi da bossa nova ao afro-samba. Todo esse manancial nos legou.
Pena, as luzes se apagaram, estrelas se foram, também...

IFH-19/10/2013

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