quinta-feira, 8 de maio de 2014

MORTE PARA AS MOSCAS, OU NÃO?




Quem sabe possamos interagir um instante, caro leitor. A história que quero compartilhar com você é o destino de uma mosca. Você conhece uma mosca.  Imagine essa mosca. Como seria a sua mosca? Não vou lhe dizer como é a minha mosca, pois aí seria, a sua mosca, igual a minha. Então, escolhida a nossa mosca, ela começa a nos importunar com o seu voo e a pousar, insistentemente, ora na mão, ora no rosto, ora, bem, onde a sua mosca está pousando em você? Eu espanto a impertinente mosca, com minha mão, a seguir com o guardanapo. Ah, eu estou em um restaurante, e você? Quando chega a minha comida, a mosca resolve almoçar também. Você já viu que a hora em que a mosca me importuna é por volta do meio dia. Não sei onde e a que horas a sua mosca lhe importuna Pense nisso. Talvez você esteja lendo, em casa, ou no consultório do médico, ou quem sabe a mosca está lhe importunando enquanto dirige? Ou enquanto come um cachorro-quente? Como eu posso saber, se não estou com você.?   Só posso imaginar, mas você sabe onde eu estou e a que horas a maldita mosca está me importunando. E agora ela pousa no meu bife. Você, leitor, admitiria que sua mosca pousasse no seu bife, ou no seu pão, ou em outro qualquer alimento seu?  Eu detesto  mosca pousando no que estou comendo. Fico a imaginar por onde ela andou pondo suas patinhas, cheias de bactérias e micro sujeiras e não consigo admitir que mosca alguma pise em minha comida. O que você faria com a sua mosca? Você sabe que mosca é bicho insistente, e persistente, não é mesmo? E também, muito rápida. Por quê você acha que a mosca é um bicho tão rápido? Penso que é um esquema de anatomia, mas também tem muito a ver com o vento que é deslocado perto dela quando tentamos atingi-la. Bem, formule a sua teoria. Eu teria que pesquisar. Então, a minha mosca, está pousada no meu bife. Penso no que fazer. Penso fundo, enquanto olho a fatídica mosca no meu bife e chupando o molho ensanguentado do bife. Credo, que expressão fora de hora! Minha fome está aumentando. Maldita mosca. Você é vegetariano?. Talvez seja hora de pensarmos nisso. O que faz uma mosca! Abalando nossas concepções, não é mesmo? Se a mosca não estivesse me perturbando, com certeza, as minhas energias estariam concentradas em algo mais produtivo, ou também, aproveitando o ambiente, talvez, admirando as pessoas ou questionando a sua aparência ou algo assim. Em que ou no que você aproveitaria o seu tempo, caso a sua mosca não existisse? Mas, como ela existe e também perturba você, talvez possamos juntos elaborar algumas idéias para afastar nossas moscas. Creio que o mais prático seria matá-las, mas a minha mosca se tornou esperta e pousa no meu bife, no meu arroz e se eu for tentar matá-la, espalho comida pela mesa toda. O que você sugere? Será que aprendo a conviver com ela viva? Parei de comer. Analisando com mais cuidado a situação resolvi chamar o garçom. Por favor, amigo, você pode eliminar essa mosca? O garçom, gentilmente, pegou o meu bife e, com cuidado, levou-o com a mosca. Em seguida trouxe outro bife, sem mosca!
Afinal, não precisei matar a mosca, nem perguntei ao garçom se ele a matou. E, você, leitor, deu um destino a sua mosca? Ou acha que pode conviver com ela? Você já ponderou se poderia viver sem mesmo uma mosca a lhe incomodar? Como seriam nossas vidas sem moscas? Pense nisso!
Depois que o garçom levou a minha mosca, comecei a comer. Enquanto mastigava, levantei os olhos e vi que uma jovem, em uma mesa além da minha, me olhava insistentemente. Vi que escrevia alguma coisa no guardanapo e fez um sinal que entendi que o enviaria para mim. Chamou o garçom e lhe entregou o guardanapo, fazendo um gesto em minha direção. O garçom chegou e li no guardanapo: “Por que o garçom levou o seu bife?”. Pedi que o garçom esperasse e devolvi o guardanapo com minha resposta: ”Porque havia uma mosca pousada nele!” A jovem, ao ler a resposta, deu uma gargalhada, levantou-se e foi embora. O que eu perdi, caro leitor? Pode me explicar?
Afinal, o que você fez com sua mosca?
Vou lhe dizer algo interessante,: na faculdade, um calouro recebeu o apelido de “Mosca” e foi tão forte esse apelido que o colega se formou sendo conhecido por “Mosca”. Ainda, depois de tantos anos, décadas se passaram, e me lembro do “Mosca”. Não me recordo a origem do apelido, mas posso imaginar! Um típico caso de “bullying”, não é mesmo? E na faculdade!
Hoje, joga-se banana para os jogadores negros nos campos de futebol. Tantos anos e nada mudou!
Quando baixei os olhos para continuar comendo, uma mosca estava pousada no meu bife! Será a mesma ou outra que vem me perturbar?
Garçom, você matou aquela mosca?

Nenhum comentário: