quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

ADAGIÁRIO

http://www.portalbrasil.eti.br/ditopopular/adagio.htm


Eu tinha a intenção de construir um adagiário. Comecei a escrever alguns e outros não me vinham à mente, mas eu sabia que existem centenas, então resolvi consultar a Internet. Bem aí, sabe como é, a Internet "é um desmacha prazer", já tem tudo ou quase tudo. Encontrei um adagiário pronto !!!!!!!
Consulte o endereço acima e se surpreenda, como eu!!!!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

RIO DOS SINOS

Minha indignação perante a irresponasibildade do homem diante da natureza:

RIO DOS SINOS

Levantai-vos Cavaleiros da Luz!
Levantai-vos Cavaleiros da Esperança!
Urge cerrar fileiras contra os Cavaleiros das Trevas!
A grande batalha é agora!
Nosso Rio dos Sinos está agonizante!

De suas entranhas vomita a vida morta
Não há oxigênio, putrefaz-se a matéria
Seres, milhares, agonizantes, suplicantes
Bóiam na ignorância humana.

Levantai-vos Cavaleiros da Luz!
Levantai-vos Cavaleiros da Esperança!
Urge cerrar fileiras contra os Cavaleiros das Trevas!
A grande batalha é agora!
Nosso Rio dos Sinos está agonizante!

"Não me deixem morrer
Não roubem minhas árvores ciliares
Não exterminem, dos pássaros, os seus cantares
Não me abandonem, me amem!

Sou história, sou romance, sou transporte
Sou alegria, sou velho e sou criança
Sou poesia, sou esperança
Sou parceiro de suas vidas
Sou templo da natureza."

Levantai-vos Cavaleiros da Luz!
Levantai-vos Cavaleiros da Esperança!
Urge cerrar fileiras contra os Cavaleiros das Trevas!
A grande batalha é agora!
Nosso Rio dos Sinos está agonizante"

"Vim trazer a vida e perpetuar minha espécie
Agonizo e vou morrer
Triste sonho o meu de cumprir minha missão
Não voltarei jamais ao meu lugar
Destruíram minha vida e as vidas que eu daria
Não pude nem dizer adeus, onde estão os meus?"

Levantai-vos Cavaleiros da Luz!
Levantai-vos Cavaleiros da Esperança!
Urge cerrar fileiras contra os Cavaleiros das Trevas!
A grande batalha é agora!
Nosso Rio dos Sinos está agonizante!

"Navegava respirando beleza
Navego, agora, singrando os mortos, os peixes
Que me davam o sustento
Meu barco está vazio
Minha criança chora no seu berço
E eu choro por meu rio!"

Levantai-vos Cavaleiros da Luz!
Levantai-vos Cavaleiros da Esperança!
Urge cerrar fileiras contra os Cavaleiros das Trevas!
A grande batalha é agora!
Nosso Rio dos Sinos está agonizante!

"Das águas límpidas onde eu nadava
Das areias mornas das borboletas coloridas
Restam magoas e tristezas
E a visão horripilante
Da enorme mortandade
Dos peixes do meu rio!"

"Saudosos tempos das mães
Que suas roupas lavavam
Nas margens ribeirinhas
Nas sombras dos ingazeiros
Acenando para os amigos canoeiros!"

É a história a chorar
Sua saudade da doce vida coloquial
Vamos, num esforço conjunto, fazer voltar
O nosso belo Rio dos Sinos colonial!

Levantai-vos Cavaleiros da Luz!
Levantai-vos Cavaleiros da Esperança!
Urge cerrar fileiras contra os Cavaleiros das Trevas!
A grande batalha é agora!
Nosso Rio dos Sinos está agonizante!

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Uma réstia de Vinicius

Um copo de whisky varando a madrugada
Alternando-se com a pena que desliza
Chamando a poesia que chega
Doce às vezes, outra arrebatadora
Sempre o amor, a busca constante
A dor da ausência chorando
E também inspirando
Os goles se sucedem
As palavras simples e poéticas deslizam
O orvalho molha o vidro da janela
A lua espia pendurada na noite
O poeta sobe e desce
Quer desapegar-se, não consegue
A vida o prende, a poesia o liberta
O poema se cria, cresce aos poucos
E a garrafa se esvazia, a mente levita
O coração palpita forte
Suspira, o dia chega
Despede-se da noite
A poesia está pronta

sábado, 21 de outubro de 2006

Colhendo Você

O balão é belo nas suas multicoloridas visões
Mas seu mistério é explodir
Enquanto não explode enfeita
Explodindo em pedacinhos
Estoura a alegria inconstante do ser
O belo tem que explodir
A flor tem que murchar
O rio vai para o mar
O amor é como a rosa
Se colhido como botão
Não desabrocha
Se colhido muito tarde
Em breve despetala
Tenho que colher você
Em tempo certo
Prender você
Não deixar flutuar
Nem explodir
Nem murchar, nem despetalar,
Nem ir para o mar, sem mim
Tenho que colher você
Para resplandecer nos meus dias
Como se eu fosse o oceano
Que reflete, do sol, os raios
Como se fosse a noite
Que enlouquece ao luar
Com mil olhos de estrelas
Pestanejando de longe, muito longe
Espiando você, perdida sem mim
Buscando alguém que não sou eu
Tenho que colher você
Antes que seu perfume se vá
Que seu cheiro de rosa esmaeça
Nas suas pétalas murchas
Antes que a saudade me faça
Peregrino da nostalgia
Pertencendo ao vento
Que desgasta a rocha
De grão a grão, em vão.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Para Helenita

Você e Eu

O tempo é a contagem do nosso finito
E nesse finito começamos e terminamos
Não temos a dimensão, apenas a idéia
Notícias do antes e do depois
Somos consciências no presente: você e eu
Você é a dimensão dos meus sonhos
A janela que descortina a realidade
O caminho que me dá a direção
Uma incerteza no todo: eu e você
Eu sou o porto do seu olhar
O reflexo do seu sorriso
A caricia do seu afago
Sou a leveza e a graça do seu caminhar
Sou a explosão do seu vulcão
Você é a cor dos cabelos que imagino
O moldar do vestido que me seduz
O perfume que se desfaz nas minhas ânsias
A maciez por onde eu ando
Somos ainda incertezas: somos eu e você
Sou o recomeçar do seu recomeçar
Você é a esperança da minha esperança
Nessas incertezas e certezas
Nossos dedos se entrelaçam
Nossos corpos se aproximam
Neste momento a certeza: somos você e eu.

segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Semana Farroupilha

A Peleia das Botas

Numa coxilha gaúcha cuja alma resplandece
Na lua enluarada bem em cima no céu,
Fogueiras de fogo guasca alumiavam o redor,
De longe qualquer um via as chamas alumiar
Povo, em tendas de luz, espalhados, bem juntos
Na infinita planura do verde sem fim.

A cuia corria de mão em mão acariciada
Tal qual o seio da amada morena
No silêncio do amor carnal.
Cada sorver era lento, sorvendo a vida
E o amargo da erva-mate era a doçura
Que alimentava o pensamento e a alma aquecia.

Na calada da madrugada ali se assentavam
De primeiro, antes do sol apontar sua orelha,
Vultos que, em seu tempo, alumiavam os pagos
Com seus feitos e bravuras, destemor e lealdade
A defender seus ideais com lança e sangue
Até a morte lhes tombar.

Bento Gonçalves e seus generais
Ainda bem vestidos com suas fardas farroupilhas
Traçavam estratégias pra ainda vencer
Não mais Laguna o porto, mas Rio Grande,
Seria pro mar a saída, para o charque vender.

Sem serventia o matreiro Saci-pererê
Com cachimbo no canto dos beiços
Pulava em uma perna só
E no descuido dos guascas, trocava chapéus e palas
E se a desatenção fosse grande maneava a cavalhada
Deixando enfezada a gauchada dos pampas.

Então, Bento Gonçalves, o grande comandante
Um plano esperto engendrou:
Chamou o General Neto que entendia dos negros
E mandou que prendesse o serelepe Saci-pererê.
Pendurasse, pela única perna, o negrinho
Numa réstia de luar e lhe entregassem o cachimbo
Pois, com ele iria negociar.

Feito a malvadeza, o negrinho a espernear
Se acercou o comandante e pôs-se assim a falar:
Esse cachimbo só te devolvo depois da tarefa acabar
Vá até ao Moringue e o intrigue com Bento Manuel
Só depois do fato consumado
Volte aqui para receber de volta o cachimbo.

Foi o pererê montado na madrugada
A cumprir tão árdua missão
Já lastimando a falta do torto cachimbo
Que sempre o ajudava a campear.
Se acomodou na sela da coxilha
Pensando qual o plano que iria bolar
Mirou as estrelas infindas
E uma delas lhe disse :
Roube as botas dos dois.

Lá se foi, qual corisco, o negrinho.
Surrupiou as botas de Moringue e também
As de Bento Manoel .

Ao aceitar a oferta, Bento Gonçalves,
Pro negrinho o cachimbo devolveu
Pois se os dois, sem botas, não brigassem
Pelo menos um bom tempo sem elas andariam.
Ordenou, a dois farroupilhas, que pendurassem
Em boa forquilha, os dois pares de botas.

Pelas tantas da noite um alvoroço se fez:
Era tinir de esporas e voar chumaços de capim,
Em roda, a peonada, fazia matinada.
Foi ver Bento Gonçalves qual era a façanha
E sua surpresa foi tanta ao ver
Os dois pares de botas numa encarniçada peleia
Que rompendo campo a fora enroscadas
Se perderam no horizonte.
E de lá, bem dos confins, se ouviu
Uma risada estridente, muito maleva,
Que só podia ser do negrinho safado,
O pastoreador Saci-pererê.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Algumas Poesias Preferidas

CÁLICE

Traga-a de volta, meu cálice!
Não me torturem mais as recordações
Dos doces instantes dos seus encantos
Já não suporto as tuas emanações
E dela, a ausência, nos doces cantos.
Traga-a de volta. meu cálice!
Quero sorvê-la novamente
Aos poucos, lentamente,
Ouvir os seus gemidos
Ternos e ungidos
O seu olhar ardente
Falando-me loucamente
E seu corpo desfazendo-se
No meu intensamente.
E, talvez, o último gole sorvendo
Te despedace no chão, meu cálice
Junto da paixão que me faz morrendo
Suplicar a ti, que já não está mais vivendo:

Traga-a de volta meu cálice!

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Mulher Amante

As entranhas, aos poucos, o amor consome
Magma do vulcão que explode e some
Vens, provocas,te instalas e etérea te vais
Em mim, doloridos, rios de ais
Petrificam em lavas colossais.
Navegas dentro de mim alegremente
Depois partes, assim, tão docemente
Dizendo voltar em tom irreverente
Me deixando a lembrança do teu ventre
Em ondas de sensação efervescente.
Clamo por ti nas noites frias
Do deserto da tua ausência sentida
Me enrosco, me encolho, mas me esfrias
A alma, o corpo, a minha vida partida.
Vem, mulher amante, derrete em mim, teu vulcão
Dissolve-me e arrasta contigo o que restou
Nos acordes sonoros do colchão
Nos ardentes momentos de ilusão.

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Ânsias

Quantas ânsias o homem se impõe
Ao sucumbir aos desejos,
Ao mergulhar nas tenras carnes
De uma caprichosa mulher.
Não, não vou sucumbir aos teus caprichos
Aos teus encantos, aos teus beijos,
Aos teus seios macios.
Não! Não vou! Hás de ver!
Espero por ti nas praias do verão
Nas noites frias do inverno
Na minha solidão...
Mas não vou sucumbir
Aos teus caprichos de mulher
Não! Não vou! Hás de ver!

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POEMA SOBRE O ROMANTISMO

(Novo Hamburgo, 28/04/2006)

Espanta-se a França ao brado da liberdade!
Ergue-se altaneiro o lábaro dos Românticos,
O sentimento sepulta a realidade
No Brasil, aos primeiros evasivos cânticos.

Minha Terra tem palmeiras
A natureza saudosa das flores
Antônio Gonçalves Dias, do exílio, além fronteiras
Chora e canta a dolorosa ausência dos seus primores.

Casimiro de Abreu, pueril poeta
Saudades da infância querida
O sonho, a fantasia, n’alma inquieta
Amor e medo cavam colossal ferida.

Amargura, intensos amores melancólicos
Venturas perdidas, tédio e desesperança
Lacrimosos poemas, outrossim, tão bucólicos
Amálgamas etéreos, sentimentos em lança

Castro Alves, tocha do condor poeta, lastima
Se é mentira...se é verdade?
Lâmina poética de profundo estigma
Do negro navio, da negra tempestade.

Muito, muito além Sousândrade
Estranho condor no ninho
Encerra com "Guesa"o Romantismo
Sacrificando ao deus Sol o menininho.

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Ode aos desgraçados

(N0vo Hamburgo, 10/08/06)

Diante de ti, oh! Dor, deponho meus sentimentos
Armas que tenho diante da besta humana.

A criança, berço da inocência, é encarcerada
Não vive mais, não renasce, é esquecida
Por quê? O que é isso? Como funciona?
Criança perturbadora, curiosa, inventiva
Domesticamos o anjo ao canto adulto
Deponho a INOSCÊNCIA!

Rios de sangue percorrem as estradas
A fé como escudo defende a insanidade
Imortal e perene a besta humana segue
Os irmãos em feudos se encarceram
Que morram os outros, acabou-se
Deponho a PAZ!

Dos corações fluem palavras de fogo
Incendeiam-se as almas, o olhar mata
Agiganta-se a besta humana, explode, destila
Sobra a alma, perdida, abandonada, sofrida
Restos dilacerados de desgraçados
Deponho a FRATERNIDADE!

Procuro no jardim das palavras
As mais lindas e perfumadas
Para fazer um buquê de imagem
Espelho de ti, minha amada.
Quando me chegas, tuas lavas me envolvem
Queimo por dentro e por fora, uma loucura!
Meu olhar desliza pelas coisas tuas, nuas
Tremo ao teu toque, sinto que estremeces
Nosso olhar nos emudece, articulamos apenas
Nossos dedos se entrelaçam, estamos juntos
Brotas em mim e eu em ti
E essas palavras? Enfim,
Somos, um lindo buquê!
Deponho, aos teus pés, oh! Dor,
O AMOR.

Deponho, diante de ti, oh! Dor,
A Ética, a virtude, os valores, a bondade
A fé, o senso e a solidariedade
Faça de todos esses sentimentos, Dor,
Uma fogueira imensa
Pois, muito a besta humana já queimou
Livros, cidades, seres mulheres e homens
E também animais. Tudo já incendiou!

Sou, porém, peregrino do Universo
E a besta tem também o seu anverso
Não deporei diante de ti, oh! Dor
Ode, talvez única, dos desgraçados,
A ESPERANÇA!

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segunda-feira, 24 de julho de 2006

Um rio entre nós

É um romance que se passa nos primórdios da imigração alemã, na região do Vale dos Sinos. Resgata a saga dos imigrantes e dos mucker. O historiador de São Lopoldo, Germano Oscar Moehlecke, assim comenta "...O romance abrange um período de tempo de meio século, mais ou menos: iniciando nos primórdios da imigração alemã, passa pela Revolução Farroupilha e termina com o episódio Mucker" ..." Ivanio Fernandes Habkost, conseguiu nos trazer uma imagem viva dessa época, com suas histórias sempre desenvolvidas com emoção, paixão e amor. Os colonos alemães e os demais personagens estão corretamente retratados e os episódios vividos nos envolvem em seu desenvolvimento emocional"...