terça-feira, 24 de outubro de 2006

Uma réstia de Vinicius

Um copo de whisky varando a madrugada
Alternando-se com a pena que desliza
Chamando a poesia que chega
Doce às vezes, outra arrebatadora
Sempre o amor, a busca constante
A dor da ausência chorando
E também inspirando
Os goles se sucedem
As palavras simples e poéticas deslizam
O orvalho molha o vidro da janela
A lua espia pendurada na noite
O poeta sobe e desce
Quer desapegar-se, não consegue
A vida o prende, a poesia o liberta
O poema se cria, cresce aos poucos
E a garrafa se esvazia, a mente levita
O coração palpita forte
Suspira, o dia chega
Despede-se da noite
A poesia está pronta

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