XANDÃO MUSKMARTE
Xandão
Muskmarte, é um espécime pouco comum que se sobressai na elite de uma
sociedade. Veja-se o exemplo, Simão Bacamarte, o Alienista, que viveu na vila
de Itaguaí, imortalizado por Machado de Assis, seu criador, é outro exemplo. A
diferença deste para o primeiro é que este usou a medicina para qualificar os
loucos e Xandão Muskmarte usa a lei, mas a prática é a mesma: encarcera-se
indistintamente quem é rotulado de orate, mesmo quem anda passeando
despercebidamente pelas ruas, mas se passar por perto...é encarcerado, os
loucos de Muskmarte na Papuda e os de Bacamarte na Casa Verde.
Estamos
vivendo tempos assombrosos. Dizem, os mais apressados estudiosos espíritas, que
Simão Bacamarte se materializou em Xandão Muskmarte , mas os estudiosos das
teorias modernas sobre a origem das civilizações dizem que ele é um Anunnaki,
seja como for estamos diante de um personagem à semelhança do cão dos
Baskervilles ou se quiserem, a própria essência do mal, Valdemort, inimigo de
Harry Poter, a capa preta os aproxima mais. Ou, Frankenstein moderno, talvez,
desses personagens reais e fictícios, que assombram nossas mentes e nossa vida
real.
Xandão
Muskmarte se auto transformou no “Grande Irmão” de George Orwell que tudo vê, a tudo julga e a todos condena, sob
o olhar complacente dos seus pares e mentes coniventes de outros poderes.
Encastelado, com o refrão “de lá não saio, ninguém me
tira”, acorda com a obsessão de quem irá acusar de propagador de mentiras, portanto,
um orate que precisa ser encarcerado.
Tal é a criatura, criada por uma
sociedade doentia que se arrasta numa terra desde a sua descoberta e
colonização até os dias de hoje, numa sucessão de loucuras, a exemplo do “El
Ingenioso Hidalgo don Quixote de La Mancha” que lutava contra os moinhos
travestidos de mortais inimigos e, sobre eles, investia com sua espada em riste,
montado em seu garboso corcel Rocinante.